Contar uma história pessoal que esteja disponível apenas durante 24 horas é o desafio que tem conquistado os utilizadores das redes sociais. As diversas redes sociais não perderam a oportunidade de explorarem esta tendência que permite aos internautas uma partilha mais pessoal e direta dos vários momentos do dia com amigos, familiares e outros contactos.
O Facebook lançou o Messenger Day na semana passada e é a mais recente plataforma a adaptar-se a esta forma de partilha de conteúdos, inicialmente desenvolvida pelo Snapchat. Evan Spiegel, presidente executivo da Snap.inc, recusou a proposta de compra de Zuckerberg, iniciando uma espécie de “disputa” entre plataformas. E assim surgiu, em agosto de 2016, o Instagram Stories, que provocou uma desaceleração imediata no crescimento de utilizadores do Snapchat. Em 5 meses, o Instagram Stories conquistou 150 milhões de utilizadores diários, conquistando assim o mesmo número de utilizadores por dia no Snapchat. Na mesma sequência, o WhatsApp lançou a funcionalidade Status e o Twitter o Moments.
Novo Messenger Day
Na verdade, aqui a história é a mesma. A funcionalidade lançada na passada quinta-feira, 9 de março, pelo Facebook não acrescenta nada de novo aos que acima foram enumerados. O utilizador tira uma foto ou grava um vídeo, edita de uma forma simples, com a aplicação de efeitos, e disponibiliza, durante 24 horas, o conteúdo na sua “história”. Em comunicado, o Facebook explicou ainda que estes conteúdos podem ser partilhados com todos ou apenas com alguns amigos selecionados pelo utilizador.
Está também a ser testado na Irlanda o Facebook Stories, a ferramenta foi desenvolvida nos mesmos moldes que o Messenger Day, mas para a aplicação principal. Prevê-se que nos próximos meses a Stories do Facebook chegue a outros países. As histórias vão surgir no topo do News Feed, num círculo, à semelhança do que acontece no Instagram. Não se sabe ainda se esta ferramenta estará disponível para a versão desktop.
Neste momento, a grande maioria das redes sociais dispõem de uma funcionalidade de partilha de captura de momentos instantâneos. A plataforma que oferecer mais e melhores ferramentas para complementar as narrativas, destaca-se das restantes.
A eterna curiosidade pelas histórias
“Ficamos velhos, mas não mudamos. Tornamo-nos mais refinados, porém no fundo continuamos a ser como quando éramos pequenos: criaturas que esperam ansiosamente que lhes contem uma história, mais outra e mais outra”, dizia o escritor norte-americano Paul Auster.
Esta proliferação de ferramentas de partilha de histórias resultam de uma curiosidade intrínseca ao ser humano, que lhe permite saber mais e criar ligações emocionais através de narrativas.
As plataformas descobriram uma forma eficaz de contar histórias, com o efeito da curta validade, que aguça ainda mais a curiosidade. Cada rede tem os seus utilizadores, que agem e reagem de forma diferente e isso influencia o tipo de histórias que são contadas em cada uma delas.
O grande desafio para as empresas é saber reconhecer e rentabilizar todas as potencialidades e oportunidade que estas novas ferramentas podem trazer para as suas marcas e para os seus seguidores.