Estamos a viver um futuro distópico?

Estamos a viver um futuro distópico?

Deepfakes, Realidade Aumentada ou Chatbots com personalidade, começam a ser estranhamente familiares no conteúdo que consumimos online. O avanço tecnológico é notícia, gera fascínio, discussão, e o lançamento do Apple Vision Pro, no início de 2024, foi apenas mais um de muitos exemplos.

 

A evolução tecnológica é, muitas vezes, acompanhada pela leve sensação de desconforto, trazendo à memória séries como Black Mirror, onde cada episódio nos faz refletir sobre o impacto da tecnologia na sociedade contemporânea. Neste artigo vamos mostrar alguns desses exemplos, especialmente no mundo das Redes Sociais! 

O assustador fascínio com a Realidade Aumentada

O “produto revolucionário”, como o próprio Tim Cook – diretor-geral da Apple – o adjetiva, é muito mais do que uns óculos de realidade virtual. Apple Vision Pro pretende trazer novas experiências, mas divide opiniões. A tecnologia funde e confunde o mundo virtual com o físico: para quem a usa, tudo faz sentido, para quem assiste, não tanto assim. 

 

Entrar na Realidade Aumentada é ter toda a informação a um palmo de distância, várias janelas abertas ao mesmo tempo, um teclado, um temporizador no campo de visão que alerta quando o arroz está cozido, uma dimensão entre a própria pessoa e a realidade física onde vive. Para muitos, a experiência de um futuro distópico que desvanece todo o fascínio que o avanço tecnológico traz, um episódio de Black Mirror na primeira pessoa. 

A proliferação dos Deepfakes

Fazendo uso da inteligência artificial (IA), a tecnologia deepfake cria vídeos falsos e extremamente realistas através de montagens, alteração de expressões faciais e de voz. É usada regularmente para manipular uma audiência por meio de conteúdos facilmente difundidos nas Redes Sociais, sem qualquer tipo de escrutínio. Recentemente, a polémica com imagens falsas da cantora Taylor Swift trouxe novamente o debate sobre a necessidade de criar regulamentação para as consequências da criação e partilha em massa destes conteúdos. 

 

Além de assédio e difamação, a tecnologia deepfake pode ser usada para disseminar desinformação e manipular ao ponto de fraude ou extorsão.

Alter Egos digitais e ChatBots personalizados 

Em outubro de 2023, a Meta lançava uma novidade: 28 chatbots de personalidades gerados por IA. Estes perfis nada mais são do que alter egos de celebridades como Kendall Jenner (Billie), Snoop Dogg (DungeonMaster) ou Charlie D’Amelio (Coco). 

 

Embora alguns assumam funções específicas, como ajudar em questões quotidianas, outros foram criados exclusivamente para entretenimento do utilizador. Mark Zuckerberg, diretor-geral do Meta, afirmou que o objetivo seria criar Inteligência Artificial com personalidade, opiniões e interesses. E, entre nós, que os utilizadores passassem mais tempo nas plataformas da empresa. Apesar do impacto inicial, estes alter egos estão a passar despercebidos, talvez porque, momentaneamente, ainda vemos a IA como apenas uma ferramenta e não como um amigo.

 

Com tantos avanços tecnológicos, surge a questão: estaremos a experienciar um futuro distópico ou a vivenciar o incómodo desconforto do progresso?
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